Um dos mais novos cursos de graduação criados pela Univille, a Naturologia, estreia na pesquisa científica com a participação em um novo estudo científico do projeto integrado de ensino, pesquisa e extensão ECOSAM, vinculado aos cursos de Farmácia e Enfermagem, que aborda os riscos à saúde e ao meio ambiente decorrentes de resíduos de saúde descartados, como medicamentos e efluentes de laboratórios de análises clínicas, e promove capacitação na comunidade. Passam a integrar a equipe de pesquisa pelo curso de Naturologia as acadêmicas Bruna de Mattos Moraes e Thamires Schwartz, bolsistas pelo artigo 170, e a professora Raíza Cainã de Souza Fagundes.
O alvo da investigação está relacionado à endometriose, uma das disfunções hormonais em mulheres provocada pelo consumo da água contaminada e do uso de recipientes plásticos, segundo descoberta do ECOSAM em Joinville. A doença é ocasionada pela migração do tecido que reveste o útero para outras regiões, provocando dores intensas e até infertilidade. “Estima-se que a doença atinja cerca de 5% da população feminina, mas esse número está aumentando em virtude do impacto ambiental”, ressalta o coordenador do ECOSAM, professor Luciano Henrique Pinto.
Os pesquisadores querem investigar se o estilo de vida de mulheres diagnosticadas com endometriose pode impactar na resposta ao atendimento integral que vai ser realizado por meio da Naturologia, focado na aplicação da acupuntura para aliviar dor e tratar desequilíbrios emocionais. “A proposta é enxergar a mulher na sua integralidade – as questões emocionais e físicas envolvidas, além do aspecto ambiental”, destaca a professora Raíza.
A questão emocional tem um peso em particular nas mulheres com endometriose, pois muitas vezes elas nem sabem que têm a doença ou demoram para ter o diagnóstico. O estudo científico também tenta identificar as causas do diagnóstico tardio, tão comum nesses casos. “As dores intensas são confundidas com cólicas menstruais, o que mascara a doença e pode piorar o quadro de saúde. Elas perdem o emprego, o casamento, e há muito preconceito”, avalia o professor Luciano.